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terça-feira, 26 de dezembro de 2023

De Fotografia e Poesia

Uma bruxa me disse que eu era uma alma velha. Uma abuelita de Cuzco me disse que "tienes energia de papa". Eu não tenhos filhos e parece que sou uma alma velha e paternal. Cuido de ideias, poemas e gatos, mas não gosto de sorrir nas fotografias, a não ser que a fotografia me sorria. Não gosto de "selfies" que " me dá igual". Até 1960, fotografia era coisa sem sorrisos. Não substituia a vida. Era o registro em duas dimensões de uma realidade enquadrada e atemporal. Depois a vida seguia seu curso normal. Hoje, a fotografia deseja substituir a realidade. E o cinema? Ainda resiste na fuga saudável das fotografias em movimento existindo livres da exigência dos padrões. Eu gosto de haikus japoneses, estes anzois de imagens que capturam em tres lances rápidos o que a realidade quer dizer. Se houvessem regras as fotografias seriam tiradas apenas quando a realidade quisesse se expressar. Ou seja, a partir da perceção daquele instantâneo, novas realidades poderiam ser criadas. Em priscas eras a fotografia era a ferramenta do instante. Não era essa imposição constante: impostura popular e acessível. Neste jogo de espelhos a coisa se perde da imagem.



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