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terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Como luva e biquíni

amar-te
amar o corpo teu 
que veste o tempo 
como luva e biquini
tirar as melhores lições
tocar tua memória nua
bela desfila as décadas
revela que tudo
não passou de segundos

Durou mil anos ou foi um upa

Noite, noite tão noite
não te vi chegar
não te vi passar 
não te vi partir

Durou mil anos ou foi um upa
por um triz tudo que havia
para ser cortado como pão
e passado na manteiga
foi comido com fome noturna
de quem acordou em deserto

Não te vi partir
nem te vi chegar
estavas aqui
na vontade de voar


Canto de dentro

que corrida é essa?
a cobra morde o rabo
em círculos girantes o tempo
evapora e forma nuvens
será que chove?
contai carneirinhos
contai palavras nos versos
aguenta a maratona dos segundos
o prazer quebra todos os relógios
teu troféu e recompensa
não se conta nem tão pouco se desconta
aquece a memória dos coitos e fogueiras
mistura tudo em tuas ancas faceiras
Disbunda, diz que é de londres
teve um amante que era mágico
amou demais quem não florescia
foi cultivar em outros cantos
o canto de dentro

segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Tempestade no Japão


O amor te leva através do espelho
nesse buraco de coelho
tua Alice despenca de si mesma
de verde e amarelo
para viver a queda perfeita
o amor está diluido no ar 
sua qualidade é impregnada de nadezas 
não fatie o amor em categorias científicas
tudo é questão de intensidade e claro densidade
pobre daquele que tiver
olho maior que a barriga
que amor demais dá coceira
amor de menos dá tristeza
sua quantidade deve ser justa, precisa
quem não pode caçar javali
que é amor demais
que vá colher borboletas
pois quando batem as asas 
fazem uma tempestade no japão
Amar é questão de precisão e generosidade


Gastronomia e Poesia

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