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segunda-feira, 29 de março de 2010

Maria de todas as letras e sílabas (para Maria Clara)

Maria, eu queria
tirar uma Ana do teu nome
Mas Maria pariu mariana
até Marcia saiu com jeito

Mania coisa que não mata mas vicia
Eu queria tirar tanta coisa do teu nome
para contar à todos
o quanto Maria tem de Ana, de Flávia, de Antônia

Maria é fonte de letras e sílabas
Ela ria dos erros e defeitos 
daquele poeta...
"Ria" esta no teu nome Maria

segunda-feira, 22 de março de 2010

Matou Amélia (para Cristiane)

Matou Amélia
Planejou cada detalhe
durante 9 anos...
Quase uma década
para fazer o crime perfeito
A facínora não teve dó:
f9 tiros, 99 facadas!
Jogou-a numa mala
atirou-a no mar
para Iemanjá
para todo mundo ver
Matou Amélia
foi para a festa
e ganhou o prêmio de mulher do ano

Lixo

No lixo,
pedaços de invenções futuras
espécies de formigas desconhecidas
geladeira virando planta
No lixo,
O encontro de todos os reinos
A constituição do ultimo fermento
A mescla de dispares compondo outro universo
esse barro da minha infância

Ser sem querer ser


Ai de ti se não gostares de Glauber Rocha
Se não te enaltece algo de Niemeyer
O que será de ti?
Ai de ti se não compreenderes o cinema novo e a semana de 22
Já não sabes nada de Vila Lobos
nunca leu um Guimarães
Lembras das raizes de Sergio Buarque, o pai do Chico?
Vives sem conhecer as engenhosas palavras do Brasil

Vives essa aventura...
as cores todas você come de uma vez
diferente dos banquetes, misturas tudo no prato
és uma fera vivendo fora dessa jaula de símbolos
valor nenhum há nisso
que se possa expressar em palavras

a vida repartida com os outros é mais intensa
tua música, tua dança, a caça de cada dia
Estrangeiros olhares vêem trópicos tristes
negam-te o prazer de ser sábio
a tristeza é apenas uma rima no teu ócio criativo
tua alegria flutua no ar
café
cortes de tecidos
amêndoas de cacau
tudo em valor e graça
ressoam em vida
um pulsar, um latejar de desejo
em grãos de beleza

Já é Quilombo


já é quilombo!
súbito...
já é quilombo!
hip-hop, jongo, samba
gente buscando emprego
feijoada, reggae, ciranda
gente plantando
abacaxi, café, feijão na mata
gente fugindo
três escravas descobrem uma pátria
as bagas carregadas da Jussara
a água fresca do Carapitanga
três corações, três vales de sonhos
abrem alas para caiçaras
nordestinos e negros de muito navegar
a turma do triângulo, do acordeon e da zambumba
e o homem do berimbau de lata
dia de festa!
maracatu branco despertando adormecidas alfaias
capoeira mostrando as angolas que o corpo tem
já é quilombo!
muitos temperos neste terreiro:
quilombo do campinho da independência do Brasil

ocf
o ar
vem de dentro
não vem de fora
o ar
o vento
os furacões, os tufões vem de dentro
as tormentas que arrasam caravelas
também vem de dentro
os suspiros da paixão
os assobios do desejo
de dentro vêm todos os instrumentos do amor
para navegar neste mar azul

Gastronomia e Poesia

Decisão tomada em família: será servida nos cafés da manhã a mais bela poesia desta e de outras terras Para harmonizar a novidade infinita d...