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terça-feira, 29 de março de 2016

Zeppelin


A vanguarda alemã saracoteia
para viver uma novidade velha

Mein Gott!
O facismo grego-romano insiste
em estragar a rave da diversidade
Aqui, rezemos:
a América há de nos resgatar

quando a natureza se pronunciar
sobre as equações lógicas do velho Heidegger
Retorcendo metais
moldando em concreto arranjos florais
plantando imigrantes em todos os cantos de Berlim
a natureza tocará no deutsche grammophon
busca desenfreada destas raízes arrancadas
comove meu Zeppelin explorador
Viva todos os orixás!
Viva todas as formas de dizer: eu te amo!
Viva Macunaíma e Tom Jobim!
Germânicos no samba e carnaval

De um 7x1 racionalizado em alemão
nascerá uma nova filosofia natural

domingo, 13 de março de 2016

São Paulo Atemporal

O tempo tem peso e corpo translúcido
Envidraçada num labirinto de janelas
São Paulo, ocre, idade avançada
não reflete a cronologia gravada
no pátio do colégio jesuíta
nem aquela dos seus rios enterrados

Coagulado verte o tempo
move-se imperceptível
Placas tectônicas aos olhos da lua
Um bebê nasce
um mausoléu recebe novo hóspede
olhos se cruzam na avenida paulista

Um diploma, outro casamento
caminhões abastecem
bicicletas desenham-se
fachadas movem cidades
Tudo está no futuro embora 
quase no passado

Ou, em vertiginoso movimento
Tempo líquido de São Paulo 
Cidade submersa
Algas nas frestas 
Edifícios de corais beiram o asfalto
á deriva

Onde o nada nasce velho
torna-se novo e digitalizado
antiga pintura rasgo
na máquina do tempo volto
viajo décadas na noite escura
buscando traços e passos

Meu olhar passageiro aranha 
o céu cego tateio
a grande teia paulistana
Alimentam-me fatos atemporais
fotos, versos e coisas que não voltaram jamais
até outra São Paulo

ocf

Gastronomia e Poesia

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