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domingo, 13 de março de 2016

São Paulo Atemporal

O tempo tem peso e corpo translúcido
Envidraçada num labirinto de janelas
São Paulo, ocre, idade avançada
não reflete a cronologia gravada
no pátio do colégio jesuíta
nem aquela dos seus rios enterrados

Coagulado verte o tempo
move-se imperceptível
Placas tectônicas aos olhos da lua
Um bebê nasce
um mausoléu recebe novo hóspede
olhos se cruzam na avenida paulista

Um diploma, outro casamento
caminhões abastecem
bicicletas desenham-se
fachadas movem cidades
Tudo está no futuro embora 
quase no passado

Ou, em vertiginoso movimento
Tempo líquido de São Paulo 
Cidade submersa
Algas nas frestas 
Edifícios de corais beiram o asfalto
á deriva

Onde o nada nasce velho
torna-se novo e digitalizado
antiga pintura rasgo
na máquina do tempo volto
viajo décadas na noite escura
buscando traços e passos

Meu olhar passageiro aranha 
o céu cego tateio
a grande teia paulistana
Alimentam-me fatos atemporais
fotos, versos e coisas que não voltaram jamais
até outra São Paulo

ocf

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