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sábado, 17 de janeiro de 2015

a bird without fear

“Hey dude
Have a good day!”

Aren´t you scare of me?
A big strange human-being?

“You...
I see a big bird 
that strangely likes to dance
instead of flying
maybe because you are too heavy 
but I don´t feel sorry about you
Everyone flies in his own wings
Dude...sorry....
I need to search my lunch

Have a good day!”

Olhos de Farol

Olhos de farol
e essa escuta do indizível
que os faróis têm
e a solitude também

No céu azul
lentas nuvens
atravessam o oceano atlântico
rumo ao Brasil

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

as coisas

as roupas daquele que se foi
têm presença póstuma ao reverso
revestidas de sabedoria
completam o ciclo das coisas
as coisas são tolas
até que completem seu ciclo
meu olhar busca-as nos monturos e lixões
sujas e leves de expectativas
esperam a reencarnação... 
estão grávidas de silêncios
rebrotam no olhar de quem fica


terça-feira, 6 de janeiro de 2015

A nuvem

a nuvem não queria ser vista
seu desejo supremo 
sublimar o insublimável
ser invisível e indivisível
e tão mais leve que o ar 
que faria companhia às brumas da lua
que só os poetas avistam
a nuvem não queria ser nuvem
queria ser apenas vapor 
nuvem nossa íntima
que inalamos distraídos

Biblioteca dos bichos

poderiam existir compêndios 
de como os cavalos veem as cidades 
a coleção traria ainda as indagações
dos sapos sobre o trafego dos carros
dos fios de eletricidade pelas andorinhas
muito útil seria a visão das girafas
e a escuta das corujas
ganharia muito a humanidade
se tivesse acesso à biblioteca dos bichos
e aos bichos excelente exercício
de desver de gente o homem-bicho

sábado, 3 de janeiro de 2015

Corona (Paul Celan)

Da mão o outono me come sua folha: somos amigos.
Descascamos o tempo das nozes e o ensinamos a andar:
o tempo retorna à casca.
No espelho é domingo, 
no sonho se dorme, 
a boca não mente.  
Meu olho desce ao sexo da amada:
olhamo-nos, 
dizemo-nos o obscuro, 
amamo-nos como ópio e memória, 
dormimos como vinho nas conchas, 
como o mar no raio sangrento da lua.
Entrelaçados à janela, olham-nos da rua:
já é tempo de saber!
Tempo da pedra dispor-se a florescer, 
de um coração palpitar pelo inquieto,
É tempo do tempo ser.. É tempo.

(tradução: Flávio Klothe)

do nada e do invisível

sem as glamourosas insignificâncias
em seus desnecessários usos
não se poderia fincar
as estacas da normalidade:
a ética é a inquilina do nada
vizinha do invisível

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Corpo 2015

corpo-coisa
data de validade?
corpo-ópera
concertos e desconcertos
rasga a imagem fica a alma
rasga o corpo fica a memória
teu corpo é meu
meu corpo é teu
meu corpo esse desconhecido
massa de manobra
pão que o vinho umideceu
multidão, revolução
data de validade...
corre corpo atrás do desejo
corre atrás do relógio
rasga o véu da pele
desfaz-se o mistério em pó
corpo-bomba
corpo-sinagoga
corpo-mesquita
enxame de corpos passando...
...eles passarão, eu...
(zumbis holográficos?
corpo é sonho sólido?)
tudo que é solido desmancha no celular
corpo-serpente navega registros
mil rotas e buscas de especiarias
para temperar 2015

Gastronomia e Poesia

Decisão tomada em família: será servida nos cafés da manhã a mais bela poesia desta e de outras terras Para harmonizar a novidade infinita d...