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sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Why Poetry?

Sure, it has a defect

Maybe a ball hit harder my head

Or, the sun beans seems to me swords

cutting through the dark side of the moon

Then, the water looks like cristal melted flowing

the thing went on and on:

a defect in seeing animals in clouds

a man sneaking behind a tree

This weird gaze at distorted things

useless work of mending things and words

wherever they appear out of place

Definitely, an ambition to righten the world of words

If this type of work won compliments

mine is still in the land of interesting but not yet

Undeniably, it gives me pleasure

to describe weird aspects of an unbroken modern life

into medieval verses


segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Ilhas Poéticas: Eólia

Ilha escondida no arquipélago grego, Eólia tem poucas regras aos seus habitantes. Há um deus único: o vento.  Os sacerdotes são eleitos para mandatos de 10 anos e tem a missão de revelar, no solstício de inverno, as previsões do ano para a agricultura, política, bem como as punições para os faltosos do código eólico. 

Tal deus em sua onipotência e clarividência entra por todos os lares, vasculha todos os segredos e lê todas as modificações no ambiente. As casas de Eólia por isso não tem portas nem janelas, e os telhados são grandes chapéus cujas abas abrem espaço para o escrutínio sagrado. Não há obrigações religiosas como a confissão ou a penitência. Aqueles que pecaram contra os preceitos da divindade atmosférica recebem como punição viver de um a três meses em uma caverna no lado sul da ilha sob o cuidado dos sacerdotes. 

O cânone orientador de Eólia e seus moradores não é escrito, logo todos passam por períodos na caverna-escola para aprender o que alegra o vento. É falta leve dormir até ás 10 da manhã, e perder a brisa refrescante do amanhecer. Alterar o ângulo das aletas das centenas de cata-ventos da ilha é falta grave. A lista de faltas é extensa, e descrevem a diversidade de situações nas quais os humanos interagem com o vento. 

sábado, 9 de outubro de 2021

Os Personagens (para Maurice Durozier)

Você pode dar de ombros

fingir que eles não existem

Afinal, você tem apenas um personagem

em toda a sua vida

Mesmo no eterno retorno de Nietzsche

eles entram em cena com outra roupa 

outras palavras mas o sentido geral é o mesmo

Pois eles estão por ai há milênios

a nos salvar, inspirar, perseguir e orientar:

os personagens


O Convite Literário

O convite entre as paginas dos livros na estante

segue esperando dias, meses e até anos

No livro empoeirado espreita e surrura:

"Melhor ler-me para viver-me sem receios"

Se digo não por enquanto é por que preciso

de tempo para viver mil e uma aventuras


para conhecer o dialeto dos escritores

Quem não lê no convite dos livros

poderá vive-lo sem preparo

Como se o destino de mão pesada

lhe atravessasse a carne sem misericórdia

quando era apenas a literatura encarnada na vida


a lhe prestar homenagens

dedicar-lhe alguns afagos e saudações

"Eis que você volta á vida

 e o Tao lhe sopra boas novas"

É verdade que ao preço das passagens aéreas

fica mais barato ler o Tao te King


o grande libro da sabedoria poética chinesa

sem taxa de embarque nem espera de aeroporto

"O bhagavagita" ou a "Autobiografia de um Yogue"

pode ser a viagem mais interessante á Índia

que os peregrinos da literatura podem fazer

Sem falar da Peste de Camus para transpassar a Covid-19

sexta-feira, 8 de outubro de 2021

O Sorvete de Amora

Sentado no parque saboreio

o sorvete da amora escarlate

Investigo nos alfarrábios do corpo

as diferenças com as amoras da minha infância

O sabor levemente picante e acido


trazem-me a  lembrança 

do pular o muro do convento

de encher um copo de amoras maduras

debaixo da amoreira do colégio Santo Antônio

sem ser pego pelo madre superiora


A inicial semelhança do sorvete com a fruta

se desvanece pela chegada de outros sabores:

o medo, a aventura, o céu azul

Ao buscar a amora no baú da memória

a ancora de um velho navio 


vem a tona para definir o que é a amora

que mora no passado do meu corpo

entrelaçada na miríade de memorias naufragadas

sabores e imagens de um mundo inédito

que não existe mais


De repente, uma criança me desperta da busca

convida-me a brincar com ela 

Na minha frente, o passado e o futuro 

um presente infinito para redefinir a amora em mim

entre memórias e a invenção dos mundos


quinta-feira, 7 de outubro de 2021

The Black panther in a cage

A cage with a high fence

A black panther in its blackness seems to wait

for the best moment to jump over it

to fulfill our ancient dreams of liberty

In a way, we have all tried to build 

the best possible stairway to her to make it


A group of armed men surrounds the cage 

to keep informing the central government

that all has been under control

The black panther seems to gave up

Has she forgotten all the struggles

that has set her very close to the fence?


Is she going to jump over it or not?

She is whining about things...

....to change things are difficult and complex

Then, all voices of the freedom whisper

from the past and now:

go! Obama



sábado, 2 de outubro de 2021

Ilhas Poéticas: Tisícia (para Ítalo Calvino)

A bandeia no alto do mastro do navio, trazia o nome da ilha: Tisícia. 
Os marinheiros sempre voltam para lá, onde o tempo passa devagar e é morno.  

Lá não existe o número 1 e arvores de cacau dominam a paisagem. Estão por todos os lados o que serve para a recuperação dos tisicianos após os brinquedos jogados a  dois. É de Tisícia toda aquele que sente tísícia, um leve estado de euforia com a existência do corpo. 

Não há instituições que emitam carteira de identidade. O única identidade é o sorriso no rosto como se cada alma fosse reconhecida pela expressão e brilho dos olhos. Eu sempre volto para lá, onde sou amigo da mais antiga moradora da ilha. A douta senhora vive na colina mais alta em frente ao mar, faz versos-esculturas que são lidos com a boca e com as mãos.

Gastronomia e Poesia

Decisão tomada em família: será servida nos cafés da manhã a mais bela poesia desta e de outras terras Para harmonizar a novidade infinita d...