Pesquisar este blog

quinta-feira, 25 de junho de 2020

Da Vida e da Poesia

Minha poesia nasce da agonia
de não saber de quem é filha:
astronauta
diplomata
domador de eletrons
presidente do Brasil

Pescador de letras?
Beber de tudo:
engenheiro
médico
antropólogo
arqueólogo do velho mundo

Adorador de rimas?
Viajar o bastante
para pegar imagens no ar
à vontade no cinema
passear pelas ruas de Salzburg
descansar nas areias de Ipanema

Caçador de ruídos da alma?
Seguir por novas linhas:
fotógrafo
cantor de jazz
ator de teatro
dançarino como Fred Astarie

Na caixinha da poesia não cabia
toda a invenção e valentia
liberdade, amor e alforria
que de mim transbordava
Queria ser tudo na vida
para a vida ser em mim

Endereço fixo, caixa postal
Pais registrados em cartório
quando o mundo oferecia
falar japonês, ser tailandês
O menino católico do nome do pai
não era para ser mas foi

viver um pouco de tudo
na certeza de sobreviver
do outro lado do mundo
do outro lado do sonho
Queria ser tudo na vida
para a vida ser tudo em mim






Tanto lá quanto aqui

Há milhares de anos luz da Terra não se sabe o que acontece por lá Mas tambem por lá ninguem ouvi falar do planeta azul  Quando se diz mundo...