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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Poiesis Alimandrica


Poiesis é etimologicamente derivada do grego antigo ποιέω, que significa "fazer". Esta palavra, raiz de nossa "poesia moderna", foi um verbo, uma ação que transforma e continua o mundo. Nem a produção técnica, nem a criação no sentido romântico, concilia o trabalho do pensamento poiético com a matéria e o tempo, com o homem e o mundo. Ela é frequentemente usada como um sufixo em termos da biologia como hematopoiese e eritropoiese, sendo a primeira formação geral de células do sangue e a última a formação de glóbulos vermelhos, especificamente.
No Banquete (diálogo socrático escrito por Platão), Diotima descreve como os mortais trabalham pela a imortalidade e sua relação com a poieses. Em todos eles no engendramento e no trazer à tona do que está além do belo, há uma espécie de fazer/criar ou poiesis. Nesta gênese há um movimento para além do ciclo temporal do nascimento e da decadência.
Tal movimento pode ocorrer em três tipos de poiesis: (1) poiesis natural através da procriação sexual, (2) poiesis na cidade, através da obtenção de fama heróica e, finalmente, e (3) poiesis na alma através do cultivo da virtude e do conhecimento.
Martin Heidegger se refere a ela como um "fazer existir para o que está adiante", usando este termo no seu sentido mais amplo. Ele explica poiesis como o desabrochar das flores, o vir a ser de uma borboleta, de um casulo, a queda de uma cachoeira e quando a neve começa a derreter. As últimas duas analogias sublinham, nos exemplos de Heidegger, um limiar ou situação limite: um momento de êxtase quando algo se afasta de sua posição para se tornar outra coisa.
(http://caae.phil.cmu.edu/Cavalier/80250/Plato/Symposium/Sym2.html)

Homero Alimandro, 89 anos, poeta, carioca, membro da Academia de Letras de Teresópilis, amigo de tantos incluindo escritores, políticos e poetas, é tudo o que a Poiesis cria quando incorporada. Dúvidas? Ola só o poema que ele escreveu de chofre, sentado comigo na praça San Salvador, enquanto conversávamos, e um iluminado Chorinho de domingo fazia a sala (e a cozinha) atrás de nós:

Lembro como se fosse hoje
Só esqueci que o hoje
já era hoje

Um comentário:

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