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sábado, 12 de setembro de 2009

Na lixeira esta noite

O lixo vasculhado marulha
Um pedaço de carne?
Um naco de pão?
Às 22 horas no aterro do Flamengo
a carne da vez é a minha
"Não quero tirar sua vida"
Civilizadamente retiro eu um bom pedaço da sua
"Passa o celular e o dinheiro"
Já é hora de trocá-lo depois de passar no banco
"É só isso?"
Ninguém some na noite.
"Eram negros? Como estavam vestidos?"
Sim eram, um de camiseta branca e calção, o outro...
"Isso é todo dia, todo dia, todo dia"
O policial negro não gosta de ninguém
A noite é úmida
22 horas no aterro do Flamengo é estatística
Meninos negros de camiseta branca e calção
saltam por todos os dados
O sobressalto e o assalto para ninguém
é todo dia, todo dia, todo dia

Um comentário:

  1. "Infeliz surpresa... todos compartilham o mesmo processo.
    Ter de desconversar quando lhes perguntam o próprio nome,
    ter de desconfiar a cada sorriso amarelo.

    Esta Cria há de trabalhar
    ôô se há...

    Veio ao mundo desfilar pelas centrais, pelos centrões,
    ser amassada nos vagões de uma Estácio qualquer,
    chacoalhando no ritmo do cão.
    Mas ela há de enxergar
    ôô se há...
    que sambar só se aprende do lado de cá!!

    Malandragem contida um dia se vira...
    ...cala o sorriso do tal amarelo e

    arranca a lama da sola do chinelo!"

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